Quando o planeta já não mais podia suportar a humanidade, uma luz brilhou no horizonte e subiu aos céus.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

69. Rastros

Enquanto avançávamos rapidamente pelo túnel repeti mentalmente várias vezes as palavras de Von Ricky. É bom que você esteja certo, ou não teremos apenas carne de rato no ensopado de hoje. Mas mesmo ele não se arriscaria com seus superiores saindo da cidade sem um bom motivo, e só o faria pois confiava em minhas habilidades de observação depois que encontrei seus melhores homens camuflados na neve. Estávamos ao todo em vinte, divididos em quatro veículos blindados.

Chegamos à colina cerca de 40 minutos depois de eu ter observado ali a sombra. Com o binóculo era possível observar os guardas patrulhando o muro da cidade ao longe, mas em toda a nossa volta nada mais podia ser visto. Von Ricky estava obviamente transtornado, mas antes de explodir, mandou alguns de seus homens em duplas fazerem uma varredura nos arredores. Não demorou muito até que um deles encontrasse algo. Cerca de 100 metros de onde paramos haviam alguns lobos mortos ao lado de um bosque de pinheiros secos. Uma trilha de pegadas e sangue seguia por entre as árvores e terminava em um rastros de snowmobiles.

-Times Alpha e Bravo, peguem os veículos e rastreiem a área, eles não devem estar muito longe -falou Von Ricky, enérgico.

Voltamos para os veículos e dois deles seguiram por entre as árvores mortas. Von Ricky não largava do binóculo, assim como eu. Procurávamos por entre as árvores e pelas colinas por qualquer sinal de movimento, mas além de nós, nada se movia por ali. Logo as duas equipes do Comandante tinham se afastado e sumido além de uma enorme colina. Pelo rádio reportaram que nada havia depois do bosque, e que as marcas seguiam por uma grande planície sem nada à vista.

-Filhos da puta, ratos sarnentos... -rosnou por entre os dentes Von Ricky. -Voltem pelo leste, por detrás das colinas e... -o estampido de um disparo cortou o silêncio e fez o comandante se calar. Um de seus soldados caia inerte ao chão, enquanto os outros erguiam suas armas e procuravam onde atirar. -Nuke, de onde veio esse tiro? -esbravejou comigo, agarrando-me pelo colarinho e quase me tirando do chão.

Olhei desesperado em volta com o binóculo. Varri todas as colinas, do bosque à cidade sem ver, novamente, nada. Refiz a observação, e dessa vez algo me chamou a atenção. Em uma colina do lado oposto ao bosque uma rocha se mexeu e sumiu atrás de outra maior.

-Ali, entre as pedras! -gritei. E voltei a olhar pelo binóculo, bem a tempo de ver o clarão do segundo disparo e ser jogado para trás uma fração de segundo depois.

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