Quando o planeta já não mais podia suportar a humanidade, uma luz brilhou no horizonte e subiu aos céus.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

79. Alçapão

Segui Passan pelos corredores do primeiro andar do prédio. Eu já havia checado todos aqueles cômodos no dia anterior, mas nada disse a Passan, que parecia determinado em seus passos pesados. Seguimos até as escadas de emergência, protegidas no passado por portas-corta fogo, cujo acesso aos andares superiores estava bloqueado por uma muralha de destroços. Passan percebeu meu olhar perdido e falou:

-Relaxe, não vamos por aí. Os militares bloquearam todas as passagens para os andares superiores, de todos os prédios da cidade. Mataram todos os que encontraram e se certificaram de não deixar esconderijos para atiradores. Nós vamos por aqui.

Passan se abaixou com dificuldades debaixo do vão da escada. Ali, camuflado por escombros de uma explosão que demoliu a porta e parte da parede do corredor, estava um alçapão. Uma escada de aço inoxidável descia em meio à escuridão. Espremendo a barriga protuberante Passan desceu os degraus lentamente. Segui-o, esforçando-me para fazer minha mochila caber na abertura. Dez metros de puro concreto abaixo havia uma pequena sala com uma única porta de aço. Não havia maçaneta ou tranca, mas ao lado havia um scanner de cartão, brilhando com seus LEDs fluorescentes. Passan tirou um crachá de identificação do bolso e passou na abertura. A porta emitiu um estalo e girou, revelando um corredor mal iluminado e outra uma porta.

-Se alguém lá dentro fechar essa segunda porta, não há como abrir pelo lado de fora. Uma medida para que hackers não pudessem entrar no abrigo. Veja. Essas travas de aço resistiriam até mesmo à explosivos. Sem falar que...

Tudo o que Passan disse a seguir não foi captado por meu cérebro. Eu tinha caminhado pelo pequeno corredor que havia adiante e entrado pela porta e, a partir de então minha mente estava abalada, tentando compreender a enorme quantidade de equipamentos e luzes piscantes que havia naquele lugar. Um zumbido fazia a trilha sonora da sala e me mantinha em transe. Na parede oposta havia um gigantesco monitor, cobrindo metade da parede, cuja tela estava dividida em quadrados menores, cada qual mostrando uma imagem diferente. Já me aproximava para observar melhor quando uma voz ecoou pela sala vinda de um robusto aparelho de rádio.

-Passan, na escuta? Passan? - disse uma familiar voz feminina, que me fez um nó na garganta.

2 comentários:

Unknown disse...

Mt boa a cont. do desenrolar do novo personagem.

Teve um pequeno problema no ultimo paragrafo:

"...Eu havia tinha caminhado pelo pequeno corredor..."

Unknown disse...

mas do mais, ficou sucesso!