Quando o planeta já não mais podia suportar a humanidade, uma luz brilhou no horizonte e subiu aos céus.

domingo, 31 de janeiro de 2010

76. Voluntário

-Como todos devem estar sabendo, um pedido de ajuda foi avistado no céu cerca de meia hora atrás -disse o general -o qual sequer soube o nome- que comandava as tropas em Bermil àqueles que estava ali. -Não temos informações de que seja algum dos nossos, e nem dispomos de um contingente que permita o envio de um grupo de ajuda neste momento. Ao amanhecer um dos grupos de extração fará uma breve missão de reconhecimento e...

-Senhor, eu me voluntário para a missão -falei de subto, fazendo alguns soldados próximos me olharem com espanto.

-Não me lembro de ter pedido voluntários, soldado -retrucou o general, enfatizando a última palavra. Abriu levemente os lábios, como se fosse continuar o discurso, quando parou e pensou um segundo ou dois, então virou-se novamente para mim e continuou. -Muito bem, soldado. Se está tão animado assim, vá. Pegue seus pertences, o que lhe é direito do soldo e deixe este acampamento. Dou-lhe uma hora.

Todos pareciam ter prendido a respiração para ouvirem com clareza cada palavra dita pelo general. Não se ouvia nem mesmo o vento. Ignorando todos os olhares bati continência, dei de costas e segui para minha barraca, onde recolhi minha mochila. Em seguida me dirigi ao depósito de suprimentos e equipamentos, onde me pagaram pelos meses de trabalho em Amrak e as semanas a serviço do exército. Meu salário não havia rendido muito, mas descobri que Thompson havia vendido o carro que Mark nos dera em Tradeport e mandado o dinheiro a mim, de modo que pude comprar roupas, suprimentos e armas. Gastei cada crédito que pude antes de me tirarem a pulseira, não deixaria para eles nem um tostão ganho com meu suor.

Não houveram despedidas ou conselhos. Dois soldados me guiaram para a saída do acampamento, e dali olharam com olhos frios eu me afastar. Sequer pude esperar o amanhecer, mas me consolava saber que os Diabos já deviam estar se fartando com a carne de um pobre coitado a essa hora. Eu não esperava encontrar sobreviventes, nem mesmo sabia em que direção seguir. Sabia apenas que aquela era mais uma das oportunidades que apareciam em minha infinita jornada para que eu mudasse de rumo e seguisse adiante. Eu era novamente livre, e adiante de mim havia apenas um vasto jardim de neve e ruínas pronto para explorar.

-Nuke! Nuke! -chamou-me alguém, enquanto eu já me adiantava pelas ruas de Bermil. Virei-me e vi Prank correndo em minha direção com alguma coisa nas mãos. -Um amigo seu enviou isso algumas horas atrás. Acabei de encontrar lá na sua barraca, parece que só entregaram agora. Ainda bem que cheguei a tempo.

Era o pequeno pé de morangos de Thompson. As folhas estavam amassadas e ressecadas pelo frio, mas parecia bastante saudável para uma planta tão frágil em condições tão adversas.

3 comentários:

LuizHQR disse...

Ow descobri seu blog hoje, achei demias a sua narrativa, gostaria de saber se publicou um livro ou se continua a escrever. Abraço.

frederico disse...

Pó bliska, escreve mais mano! Desse jeito vc vai fazer igual a S.K. com a Torre Negra, vai demorar 30 anos pra escrever a historia toda =/

NUKE disse...

Luiz,

Livro eu ainda não publiquei não, pelo menos não com os contos desse blog, mas quem sabe um dia!

Continue lendo, abraços!

Fred,

Pode deixar que eu vou continuar a escrever sim! Meio atrasado, de vez em quando, mas sem parar completamente!

Abraço!