Quando o planeta já não mais podia suportar a humanidade, uma luz brilhou no horizonte e subiu aos céus.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

24. Latinhas

-ESPETINHOS?

Comemos feito loucos. Ratos e iguanas assados são extremamente apetitosos, especialmente quando se está com fome e cansado. Sua carne é macia, saborosa e extremamente nutritiva. Nossas barrigas estavam a ponto de explodir quando decidimos parar de comer, mas o velho continuava nos empurrando mais e mais espetinhos apetitosos. Não conseguia imaginar como ele havia conseguido tanta comida, mas eu o louvava por isso.

-Senhor. Estamos mais que satisfeitos. Diga, quanto vai nos custar para pagar toda essa comida?

-Sobremesas? Claro, claro! Que cabeça a minha. Estão bem aqui, vou pegá-las!

Quando o homem saiu detrás da barraquinha e nos trouxe duas latas de refrigerante quase tivemos um enfarto. Aquilo tudo só podia ser uma miragem, alucinação ou coisa parecida. Latas de refrigerante eram mais difíceis de serem encontradas do que pessoas não afetadas pela radiação. E aquele cara tinha duas. E não parecia se importar em se desfazer delas. Thompson e eu nos entre olhamos e resolvemos que era melhor não perguntar.

-Bebe logo antes que ele queira de volta! - falou meio sorrindo, meio aconselhando. - Antes morrer tendo bebido um último refrigerante que ficar com vontade para a eternidade!

Verdade é que aquele foi meu primeiro refrigerante, mas preferi não dizer nada. Apreciei cada gota daquela bebida única. Seu cheiro doce fez olfato enlouquecer, enquanto suas pequenas bolhas espumantes dançavam em minha garganta e me faziam rir. Thompson me olhou com uma careta, provavelmente me achando um doido, mas eu estava me divertindo, e até o barulho da latinha abrindo tinha sido hilário. Estávamos quase acabando nosso banquete, completamente atordoados, quando o homem voltou a falar:

-Oba! Mais clientes!

E então nosso sangue congelou.

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