Quando o planeta já não mais podia suportar a humanidade, uma luz brilhou no horizonte e subiu aos céus.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

18. Piratas da Neve

Thompson quase acertou. A tempestade começou na manhã seguinte, e com ela o primeiro disparo. O morteiro subiu alto, foi pego por uma corrente de vento e arremessado muito além da cidade. O segundo foi um pouco mais perto, porém sem perigo. O terceiro caiu pouco além da muralha, fazendo pedras perfurarem as placas de ferro sem dificuldades. Apenas no quarto disparo eles acertaram a mira, e então a cidade silenciou. Um homem teve um braço semi-amputado por um dos destroços, mas seus gritos não foram ouvidos em meio ao desespero completo que dominava a mente das pessoas e as mantinha completamente paralisadas.

-Thompson! Thompson!- gritava eu, completamente desesperado de cima da muralha, já cansado de acompanhar aquilo.

-Aqui, Nuke! Venha rápido!

Pulei da muralha e corri para seu lado, atrás de uma casa. Ainda tive tempo de ver o lugar onde eu estava ir para os ares, enquanto três dos guardas que continuaram ali viravam pedaços.

-Quem são eles? - gritei acima da explosão, que ainda ecoava em meus ouvidos.

-Piratas, Nuke. Piratas da neve.

-Não vai sobrar muita coisa para saquearem quando a poeira baixar.

-O que eles querem está bem protegido de seus próprios morteiros - disse Thompson, enquanto corríamos por entre os barracos e nos protegíamos das explosões, jogando-nos no chão ao ouvirmos o assobio das bombas caindo. Vendo minha cara de surpresa e dúvida, completou - Vou lhe mostrar. Tente apenas não perder a cabeça.

Corremos por mais algumas casas e pilhas de escombros. Descemos um pequeno desnível e paramos. Ele retirou algumas placas de plástico e restos de tijolos, revelando um alçapão de aço no chão. Fizemos força juntos e erguemos a tampa, que rangeu e estalou. Havia uma escada de ferro que descia por um túnel redondo, com espaço para apenas uma pessoa, e sumia na escuridão.

-É um bunker.

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