Quando o planeta já não mais podia suportar a humanidade, uma luz brilhou no horizonte e subiu aos céus.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

45. Traição

Apertando uma única tecla Thompson fez com que uma enorme carga de explosivos fosse detonada nas laterais da estrada de entrada, bem a tempo de acertar o último veículo que passava. O chão tremeu e os prédios balançaram. Na escuridão distante janelas se partiram e seus estilhaços tilintaram pelo chão. Um dos monitores, pendurado ao teto, perdeu a recepção do sinal que recebia de uma das câmeras externas, quando esta foi consumida pela explosão.

-Há! Por essa vocês não esperavam, não é mesmo?! -Comemorou Thompson, saltando da cadeira e dando socos no ar.

-E por essa, você, não esperava, não é, Thomspon? -A voz, que ecoou do corredor escuro do lado de fora da sala, era de Pedra. O homem mancou com dificuldade para dentro, segurando uma pistola com uma das mãos e com a outra apertando o ferimento na barriga, que parecia ter voltado a sangrar. -Vamos, os três, larguem as armas e as chutem para cá.

Obedecemos.

-Agora, senhor Thompson, afaste-se desse terminal. Já atrapalhou bastante os Deuses por hoje.

-Seu... desgraçado, filho-de-uma-puta! -Berrou Thomspon com todas as forças, quase cuspindo em Pedra. -Você está do lado deles o tempo todo! Filho-da-puta desgraçado!

-Acalme-se Thompson, se você morrer do coração, que graça vai ter? E, não, eu não estive do lado deles o tempo todo. Quando desertamos, logo após a Explosão, eu realmente lutei contra eles. Mas a radiação mexe com a mente das pessoas, e quando abri meus olhos e vi que apenas ao lado deles eu teria chance de sobreviver em um mundo desses, eles me deram outra chance.

-Filho-da-put... -não conseguiu terminar o que estava dizendo, Pedra já lhe acertava uma coronhada no rosto, fazendo-o cambalear. Thompson já se aprumava para revidar o golpe quando viu o cano da arma apontado entre seus olhos.

-O que você quer afinal, seu desgraçado ingrato? -Perguntei.

-O mesmo que você, ele e ela. O mesmo que todos aqueles condenados a viver nesse mundo querem! Quero dinheiro, riquezas, mulheres, poder. Quero sair desse fundo-de-poço antes que alguém resolva tacar terra nele até a borda.

-Devíamos tê-lo deixado morrer! -gritou Anne. -Traidor!

-Não fique assim, meu raio-de-sol, eu posso levá-la comigo, e então você será mais feliz do que jamais sonhou.

Mas Anne não estava pensando em felicidade e, assim que Pedra terminou de falar, deu-lhe um tapa no rosto, fazendo o som ecoar pela sala e corredores. Pedra devolveu a ela um soco, fazendo-a cair. Ele então continuou a golpeá-la, mesmo com dificuldades por causa do ferimento, com chutes e pontapés, enquanto ela se encolhia para se proteger. Thompson percebeu o momento de distração e fúria de Pedra e já se preparava para atacá-lo quando o som de um disparo encheu a sala e paralisou a todos.

-Não! -soluçou Anne baixinho.

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