Eu havia me recolhido para dentro do buraco na neve e estava fechando sua entrada com um pedaço de plástico quando uma coisa totalmente nova me chamou a atenção. No horizonte, acima das montanhas e logo abaixo das núvens, um ponto de luz branca cruzava os céus em altíssima velocidade. Em minha infância meu pai já havia me mostrado vídeos de aviões voando em velocidades assombrosas, mísseis inteligentes e até mesmo trajes pessoais de vôo, mas o que quer que fosse aquilo era muito maior e muito mais rápido do que qualquer coisa que eu já tinha visto, ainda que eu não possuísse um binóculo para observá-lo melhor. A visão daquilo e a incapacidade de entender o que era, somado ao fato de em toda minha vida eu ter visto poucas coisas além de pequenos pássaros e pedaços de corpos voarem, me fez subir um calafrio pela espinha que eu não sentia desde que os escravizadores me pegaram pela primeira vez.
Aquele foi, apesar de eu não ter feito nada além de andar e cavar, um dos dias mais misteriosos de minha vida. Eu havia deixado para trás um dos homens mais experientes ainda vivos no mundo, escapado de uma desagradável visita de criaturas nada amistosas completamente desconhecidas pela raça humana e avistado voando pelos céus uma das coisas que aquele mundo destruído e desolado reservava a mim.
2 comentários:
muito bom mais uma vez.
parece que o seu personagem escreve um diário.
interessante, curioso.
sorte e luz.
Cara!!!
O conto foi simples mas muuiiitoo bom!
Eu gosto quando o personagem relembra do passado!
Já to fazendo uns rafis do Nuke e do Erwin!
huahuaha!!
Tá me inspirando!
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